sábado, 5 de fevereiro de 2011

FIQUE DE OLHO NOS HORMÔNIOS


Queda de cabelo, emagrecimento ou ganho de peso sem motivo aparente, menstruação desregrada, sonolência, alteração de humor... Fique atenta, porque todos esses sintomas podem ser sinais de que os seus hormônios andam desequilibrados. “Eles têm milhares de funções no corpo e controlam até mesmo a atividade de órgãos inteiros. Por isso, tanto a falta como o excesso pode alterar o equilíbrio químico essencial à saúde”, alerta a endocrinologista Ruth Clapauch, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia.

As mulheres, particularmente, sabem muito bem do que um desequilíbrio hormonal é capaz. Elas sentem na pele todo mês, quando a famigerada TPM vai chegando de fininho. Nos primeiros 15 dias do ciclo menstrual, o erotismo e a feminilidade estão em alta, mas, conforme os dias vão passando, a mulher vai se tornando mais sensível e irritadiça. Essa oscilação de humor acontece devido às taxas de estrogênio no início do ciclo e, depois, à influência de outro hormônio – a progesterona.

São muitas as causas das alterações hormonais. Algumas são fisiológicas, como ocorre, por exemplo, na puberdade, na gravidez e no envelhecimento. Além disso, certas doenças (geralmente geneticamente determinadas) podem afetar as glândulas produtoras de determinado hormônio, causando desequilíbrio em sua produção. Mas também nossos hábitos, como o tipo de alimentação que temos, podem provocar o desnível na produção de certos hormônios. O excesso ou a falta de iodo, por exemplo, pode alterar o funcionamento da tireóide, glândula que produz os hormônios T3 e T4, responsáveis pelo controle do nosso metabolismo.

O nível de estresse diário e o estilo de vida que levamos também são fatores que influenciam o equilíbrio hormonal. Por isso, comer bem, saber manter a calma diante das dificuldades e se exercitar regularmente podem ajudar a manter a produção de hormônios normal, melhorando a nossa qualidade de vida.

Conheça agora alguns hormônios “top” no nosso organismo, veja o que eles podem causar quando estão desregulados e o que ajuda a manter o seu equilíbrio. No entanto, lembre-se: a melhor forma de saber se está tudo funcionando bem no seu corpo é através do acompanhamento médico. Informe a ele sobre o histórico de doenças hormonais na família, sobre os seus hábitos e até mesmo sobre os medicamentos que você usa, uma vez que alguns podem alterar a produção de hormônios. Dessa forma, o médico saberá, direitinho, quais exames solicitar para checar como anda a sua saúde. Cuide-se!

Guia hormonal

Estrogênio

Produzido pelos ovários, ele controla o desenvolvimento das características sexuais e do sistema reprodutivo femininos, como o crescimento das mamas e o acúmulo de gordura no quadril. Problemas no ovário, a idade (principalmente depois da menopausa), a magreza e a obesidade podem desequilibrá-lo, fazendo a mulher sentir alterações no humor, ondas de calor e inchaço. Pode haver, ainda, aumento do colesterol. Para ajudar a estabilizar as taxas de estrogênio no corpo, faça exercícios físicos, consuma menos sal e gordura, apostando em frutas e verduras.

Progesterona

Também produzido pelos ovários, esse hormônio prepara o organismo para a gravidez, deixando o revestimento do útero pronto para a implantação do óvulo fertilizado e as glândulas mamárias a postos para a secreção de leite. Idade, problemas de tireóide e desequilíbrio da prolactina (hormônio que produz o leite) podem desregular as taxas de progesterona no sangue, trazendo como consequência a menstruação curta, irregular e risco de infertilidade. Para estabilizar a progesterona no organismo, existem medicamentos com o hormônio, mas, atenção, é muito importante consultar o médico antes de começar a tomar qualquer tipo de remédio.

Insulina

Produzida pelo pâncreas, a insulina ajuda a transportar para as células o açúcar que ingerimos através da alimentação, onde será transformado em energia para o organismo desempenhar suas funções. Assim, impede-se que o açúcar fique concentrado no sangue. O excesso de peso, o uso de cortisona para asma e o histórico familiar de doenças como diabetes e ovário policístico podem ser responsáveis pela flutuação irregular da insulina no sangue. A falta desse hormônio causa fraqueza e sede. Já o excesso pode provocar o acúmulo de gordura no abdômen e cisto no ovário.

Para ajudar a estabilizar a insulina no organismo, pratique atividades físicas regularmente e, muito importante: evite açúcar refinado e consuma carboidratos moderadamente. Tendo que produzir insulina a todo o momento (no caso de quem consome muito açúcar), o pâncreas pode ficar desgastado e, com o tempo, parar de produzir insulina, desencadeando o diabetes tipo II.

T3 e T4

São hormônios produzidos pela tireóide. Eles controlam o crescimento, a maturação e a velocidade do metabolismo, regulando o sono e o intestino, por exemplo. A falta de iodo na alimentação, o histórico familiar de desequilíbrio na produção do T3 e T4, o consumo excessivo de soja ou a retirada da tireóide podem ser responsáveis pelo desequilíbrio da produção desses hormônios, levando a pessoa a sentir alterações no sono, no peso, no funcionamento do intestino e na temperatura corporal. Quando estão em baixa, eles podem fazer a pessoa se sentir deprimida, enquanto que, em excesso, provocam ansiedade e nervosismo. Para estabilizá-los, é necessária a reposição hormonal e a realização de exames de sangue periodicamente.

Cortisol

Mais conhecido como “hormônio do estresse”, o cortisol é um hormônio corticosteróide produzido pelas glândulas supra-renais, que ficam sobre os rins. Ele combate situações de estresse, equilibra a pressão arterial e a glicose no sangue. O estresse contínuo e doenças raras nas glândulas que o produzem podem desregulá-lo, gerando acúmulo de gordura no abdômen, hematomas a qualquer pancadinha e estrias avermelhadas na pele. Para ajudar a estabilizá-lo, é importante levar uma vida tranqüila e praticar atividades físicas, que ajudam a relaxar. No caso de doença que altere a produção do cortisol, procure o médico endocrinologista.

Prolactina

É um hormônio produzido pela hipófise (glândula que fica no cérebro). Ele estimula a produção de leite pelas glândulas mamárias, mantendo-a constante durante todo o período de amamentação. Alguns remédios, como certos tipos de calmantes e antidepressivos, podem afetar a produção da prolactina. Quando desregulado no organismo, pode haver menstruação irregular, problema para engravidar e inibição da produção de progesterona. Para estabilizar a prolactina, pode ser necessário trocar algum medicamento que você já esteja utilizando ou começar a tomar algum que estimule a produção desse hormônio. Converse com o seu médico.

Paratormônio

Produzido pelas glândulas paratireóides, ele controla a formação óssea e a eliminação do cálcio e do fósforo pela urina, mantendo o nível dessas substâncias normal no sangue, o que é, por sua vez, importante para o bom funcionamento do coração. O baixo consumo de cálcio e o histórico familiar de problemas nas glândulas produtoras de paratormônio podem ser responsáveis pelo seu desequilíbrio, gerando perda de cálcio nos ossos, cálculos renais, cãibras e dormência muscular. Para equilibrá-lo, ingira, em média, três porções de laticínios (leite, queijo, iogurte, etc) por dia.

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