sexta-feira, 1 de abril de 2011

Currículo do ensino médio será flexível

Cai obrigatoriedade da grade curricular e escolas poderão fazer inovações
As diretrizes brasileiras para o Ensino Médio, em vigor desde 1998, devem ser substituídas nas próximas semanas. O novo texto romperá com a grade curricular fixa e incentivará cada escola ou rede a montar o próprio currículo com ênfase em trabalho, ou em ciência e tecnologia ou em cultura.
O Conselho Nacional de Educação (CNE) estuda a mudança há 8 meses e só aguardava um retorno das secretarias de educação estaduais – responsáveis por mais de 90% das matrículas desta etapa -, que receberam o documento após a posse dos novos titulares da pasta, em janeiro. Ontem, o projeto foi apresentado pelo relator, José Fernandes de Lima, em reunião do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed) em Palmas, no Tocantins.
'Com algumas sugestões de mudança de redação, eles aprovaram a essência do projeto', diz Lima. 'Há um consenso de que é preciso mudar algo para tornar esta fase mais atrativa ao adolescente.' O ensino médio tem os piores indicadores de aprendizado e conclusão da educação brasileira: apenas metade dos matriculados conclui os estudos e 10% aprende o que seria o mínimo adequado segundo as expectativas vigentes.
As novas diretrizes esperam que a ênfase em trabalho, ciência e tecnologia e cultura e a flexibilização criem diversidade de projetos que atraiam os jovens. 'Vamos deixar bem claro que cada escola ou sistema está liberado para enfatizar mais uma ou outra área, sem se prender a cargas horárias. Tem que ensinar matemática, português e outros conteúdos sim, mas pode ser dentro de um projeto sobre o que for melhor para a comunidade', explica o relator.
O documento agora segue para votação dentro do CNE no dia 6 e depois aguarda homologação do ministro da Educação, Fernando Haddad. 'Acredito que isso será resolvido em semanas', afirma Lima. Segundo ele, após a aprovação das diretrizes, outros processos serão necessários, como a visita aos estados para esclarecer dúvidas e uma nova discussão das expectativas de aprendizagem mantidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e que direcionam avaliações como o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). 'A resolução não tem palavras mágicas, para ela mudar o sistema será necessário muito trabalho das diferentes esferas do governo', diz o relator. Segundo ele, os estados de Pernambuco e Mato Grosso já solicitaram visitas para conversas com técnicos no intuito de fazer adaptações. 'Entendemos que no ensino médio a flexibilização pode ser maior, pois o adolescente já sabe melhor o que quer e poderá escolher entre diferentes propostas'.

 Fonte: www.orm.com.br

Nenhum comentário: